Capacitação, fomento e resiliência à crise explicam desempenho em TI do Paraná acima da média

Encontro entre setor produtivo (Assespro-Paraná), academia (UFPR) e poder público (governo do estado) debate conjuntura e desafios para atividades de Tecnologia da Informação (TI)



Qual a conjuntura e quais as perspectivas para o mercado de trabalho em atividades de tecnologia da informação no Paraná? Quais os impactos da pandemia do novo coronavírus na geração de postos de trabalho no ramo de serviços em TI? O que explica o bom resultado que o estado vem conseguindo manter, apesar da crise? Quais os desafios para empresas, governo e profissionais da atividade?

Refletir sobre essas indagações foi o intuito de uma live promovida nesta semana (terça, dia 29/09), pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-Paraná). Conduzido pelo presidente da entidade, Adriano Krzyuy, o encontro reuniu o professor Victor Pelaez, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e o superintendente de Inovação do Governo do Estado, Henrique Domakoski.

A existência, no Paraná, de uma ampla rede de ensino superior, nas esferas estadual e federal; políticas de fomento; e uma “resiliência” da economia paranaense diante da crise agravada pela pandemia foram apontados como fatores decisivos para a sustentabilidade das atividades em TI no estado. Por outro lado, a formação técnica e profissional ainda é um obstáculo a ser superado.

O professor Victor Pelaez sublinhou, por exemplo, que desde dezembro de 2019, a geração de empregos no ramo Core TI no Paraná vem sendo superior à média nacional – chegando a julho com uma taxa de acréscimo 2,6 vezes maior. “O estado é o segundo maior ‘exportador’ de serviços de TI, ficando atrás apenas de São Paulo”, comparou o acadêmico.

DESAFIOS



Para que, a longo prazo, esse cenário se mantenha e evolua, Victor Pelaez adverte para a necessidade de se ampliar o ingresso de jovens em cursos superiores na área de TI. Mais ainda: assegurar que os estudantes consigam se formar.

“Muitos cursos de graduação ofertados não fecham turma. Naquelas instituições em que há turmas, apenas um terço dos ingressantes chegam até o fim. Não há demanda por cursos, e os jovens que entram têm dificuldade de levar a cabo o curso", avaliou.

Krzyuy, da Assespro-Paraná, ressaltou a importância de elevar a qualidade dos ensinos fundamental e médio. Ocorre que cursos de TI exigem do estudante um conjunto de habilidades em Matemática, Lógica, Língua Portuguesa e Língua Inglesa, disse ele, citando as mais prioritárias. “É um desafio para a educação básica [promover esse conhecimento holístico]”, pontuou.

INSERÇÃO DE JOVENS

O líder empresarial considera imprescindível inserir o jovem o quanto antes na área. Neste sentido, Krzyuy destacou um programa lançado neste semestre pelo Sistema Fecomércio no Paraná, por meio do Sesc, em parceria com o governo do estado e com entidades como a própria Assespro-Paraná, que oferece capacitação em TI a menores aprendizes. “É preciso engajar mais jovens na área.”

Henrique Domakoski, da Superintendência de Inovação do Governo do Paraná, ressaltou também essa iniciativa, já em curso e que abrange a capital e o interior do estado. Domakoski afirmou ser imprescindível ao poder público fomentar a inovação, na busca por desenvolvimento socioeconômico.

“O desenvolvimento passa por inovação. O governo estadual tem apoiado e atuado na pauta da inovação”. O gestor apontou a rede de ensino superior já estabelecida no Paraná, a aproximação que há entre a academia e o setor produtivo e o empreendedorismo do paranaense como ingredientes para o êxito do processo.
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